Você sabia que uma pessoa pode ter mais de um tipo de demência ao mesmo tempo? Esse quadro clínico é chamado de demência mista e representa um desafio tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento. O caso mais comum ocorre quando há a combinação entre Alzheimer e demência vascular, reunindo características de ambos os distúrbios.
Embora ainda subdiagnosticada, a demência mista tem ganhado maior atenção com o avanço dos exames neurológicos. Pesquisas mostram que uma proporção significativa de pacientes diagnosticados com Alzheimer apresenta também sinais de lesões vasculares no cérebro.
O que é a demência mista?
A demência mista é definida pela presença de alterações cerebrais associadas a dois ou mais tipos de demência, sendo as mais frequentes:
- Doença de Alzheimer: caracteriza-se pelo acúmulo de placas de proteína beta-amiloide e emaranhados de proteína tau, afetando principalmente a memória.
- Demência vascular: causada por lesões nos vasos sanguíneos do cérebro, geralmente relacionadas a AVCs, hipertensão e diabetes.
Essa combinação provoca um declínio cognitivo mais complexo e, muitas vezes, mais acelerado do que em casos isolados.
Sintomas: quando dois quadros se sobrepõem
Os sintomas da demência mista variam de acordo com o grau de comprometimento de cada tipo envolvido, mas costumam incluir:
- Perda de memória recente (como no Alzheimer)
- Dificuldades para tomar decisões e raciocinar (como na demência vascular)
- Alterações de humor e comportamento
- Problemas com linguagem e orientação espacial
- Quedas frequentes e instabilidade ao andar
A evolução dos sintomas pode ser gradual ou ocorrer em etapas, dependendo da origem vascular envolvida.
Diagnóstico: um quebra-cabeça neurológico
Diagnosticar a demência mista exige atenção a múltiplos fatores. Os médicos recorrem a uma combinação de exames e análises:
- Avaliação clínica e entrevistas com familiares
- Testes cognitivos padronizados
- Ressonância magnética ou tomografia computadorizada
- Exames laboratoriais e acompanhamento de condições vasculares
Na prática clínica, muitos casos são identificados apenas em exames post-mortem, o que revela a complexidade da condição. Porém, com o avanço das tecnologias de imagem cerebral, os diagnósticos estão se tornando mais precisos.
Tratamento e cuidados
Ainda não existe um tratamento específico para a demência mista. Os cuidados são direcionados para:
- Controlar fatores de risco vascular, como hipertensão, diabetes e colesterol alto
- Utilizar medicamentos que atuam na memória e cognição, indicados para o Alzheimer
- Reabilitação cognitiva, atividades físicas e terapia ocupacional
- Apoio emocional e suporte familiar
O acompanhamento multidisciplinar é essencial para proporcionar qualidade de vida e segurança ao paciente.
Prevenção: uma aliada poderosa
Como a demência mista envolve causas vasculares, prevenir doenças cardiovasculares e manter o cérebro ativo são estratégias eficazes. Entre as principais recomendações estão:
- Praticar exercícios físicos regularmente
- Ter uma alimentação balanceada
- Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool
- Controlar o estresse e dormir bem
- Estimular a mente com leitura, jogos e novas aprendizagens
Um desafio para a medicina e para as famílias
A demência mista exige sensibilidade, paciência e conhecimento. Para os familiares, compreender que os sintomas podem variar diariamente ajuda a lidar com o dia a dia com mais empatia.
Quanto mais se fala sobre o tema, mais chances temos de reconhecer os sinais precocemente e oferecer o suporte necessário. A informação, nesse caso, é uma das melhores formas de cuidado.
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