O Dia Mundial Sem Carne, celebrado em 20 de março, foi criado em 1985 nos Estados Unidos por ativistas ambientais e defensores dos direitos dos animais. A data tem como objetivo conscientizar a população sobre os impactos da indústria da carne, abordando questões como saúde, sustentabilidade e bem-estar animal.
Alimentação e saúde: os benefícios da proteína vegetal
De acordo com a professora de Nutrição da Estácio, Maria Tainara, é possível ter uma alimentação equilibrada sem carne, garantindo todos os nutrientes necessários ao organismo.
“A proteína vegetal pode ser tão nutritiva quanto a animal. Reduzir o consumo de carne pode ajudar a prevenir doenças crônicas, como problemas cardiovasculares, obesidade e diabetes”, explica.
- Alimentos ricos em proteínas vegetais incluem:
- Feijão carioca cozido – 4,8g de proteína por 100g
- Feijão preto cozido – 4,5g de proteína por 100g
- Amendoim – 25,4g de proteína por 100g
- Grão de soja – 16,2g de proteína por 100g
- Castanha de caju – 18,2g de proteína por 100g
- Aveia – 15,4g de proteína por 100g
Segundo especialistas, o excesso de gorduras saturadas presentes na carne pode favorecer o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Dessa forma, incluir proteínas vegetais na alimentação pode ser um caminho para uma vida mais saudável.
Impactos ambientais da produção de carne
A pecuária é uma das atividades humanas com maior impacto ambiental. Segundo a Embrapa, a produção de 1 kg de carne bovina consome, em média, 15,5 mil litros de água.
Além disso, a criação de gado é um dos principais responsáveis pela emissão de metano (CH₄), gás de efeito estufa liberado na fermentação digestiva dos bovinos. Um levantamento de 2023 do Observatório do Clima revelou que a pecuária no Brasil gerou aproximadamente 600 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, representando 26% das emissões do país.
Outro fator preocupante é o desmatamento causado pela expansão da pecuária, o que contribui ainda mais para a crise climática global.
Consumo consciente e mercado plant-based em crescimento
A busca por alternativas à carne tem impulsionado a indústria de alimentos plant-based. De acordo com um estudo da consultoria SkyQuest, o mercado global de alimentos veganos foi avaliado em US$ 20,14 bilhões em 2024 e pode atingir US$ 44,79 bilhões até 2032.
Apesar do crescimento, desafios como o custo elevado e a disponibilidade limitada de produtos ainda impedem um acesso mais amplo a essas alternativas. No entanto, inovações no setor e a expansão do consumo em países em desenvolvimento são oportunidades que podem fortalecer essa mudança de hábitos.