O curta-documentário “ÌLÊ ASÈ EFUNSOLA AJÀGÚNÀ” estreia no Pantanal Film Fest como um manifesto visual contra o racismo religioso, celebrando o amor, o pertencimento e os saberes tradicionais do Candomblé. A exibição acontece no dia 04 de abril, às 18h, no Museu da Imagem e do Som (MIS), durante a programação oficial do Campão Cultural 2025.

Com direção sensível da multiartista Mariane Lopes, o filme mergulha no cotidiano do terreiro Ilè Asé Efunsola Àjagúnà, conduzido pelo Babalorixá Geiser Barreto de Oxaguiã, trazendo à tona as vivências reais de uma comunidade de axé, seus vínculos afetivos e o impacto social das religiões de matriz africana no Centro-Oeste do Brasil.
Um filme sobre amor, memória e resistência
Diferente de produções que focam apenas nos rituais, “ÌLÊ ASÈ EFUNSOLA AJÀGÚNÀ” escolhe contar a história do Candomblé a partir do olhar de uma filha de santo, destacando o “Ifé” (amor, em iorubá) e a construção de laços familiares dentro da casa de axé. A obra convida o público a refletir sobre intolerância religiosa, identidade cultural e a potência dos saberes ancestrais como ferramenta de transformação social.

Com imagens delicadas, depoimentos reais e uma estética afetiva, o curta quebra estereótipos e reafirma que o Candomblé é, sobretudo, uma religião de amor, evolução e troca de conhecimentos.
Sobre o Ilè Asé Efunsola Àjagúnà
Localizado em Campo Grande (MS), o Ilè Asé Efunsola Àjagúnà é uma casa de Candomblé de tradição Ketu, fundada oficialmente em 2016, mas com raízes mais antigas ligadas à trajetória espiritual do Babalorixá Geiser, natural de Belo Horizonte (MG). O terreiro integra a Roça São Miguel, sob liderança do Babalorixá Paulo Gazire de Oxóssi.
Mais do que um espaço religioso, o Ilè Asé tornou-se um importante ponto de acolhimento, preservação cultural e enfrentamento ao preconceito religioso no bairro Seminário, reafirmando a importância das religiões de matriz africana no cenário sul-mato-grossense.
Mariane Lopes: entre a arte e a ancestralidade
A diretora Mariane Lopes é artista visual, produtora cultural e realizadora audiovisual sul-mato-grossense. Com uma trajetória marcada pela valorização de narrativas negro-indígenas, Mariane constrói obras que entrelaçam arte, espiritualidade e ancestralidade em diversos formatos como fotografia, vídeo, performance e pintura.

Seu trabalho parte da urgência de registrar memórias e promover reflexões decoloniais sobre o tempo, os corpos e os territórios. “ÌLÊ ASÈ EFUNSOLA AJÀGÚNÀ” marca sua estreia na direção de um curta coletivo, em parceria com irmãos de santo, ampliando vozes que historicamente foram silenciadas.
Ficha técnica do documentário
- Direção e Montagem: Mariane Lopes
- Direção de Fotografia: Lua Maria e Mariane Lopes
- Som: Mariane Lopes
- Still: Ana Karolinna e Juliana Benitez
- Produção: Caique Bonfietti Martins, Juliana Benitez, Henrique Luiz e Gabrielly Sorti
SERVIÇO:
Exibição do documentário “ÌLÊ ASÈ EFUNSOLA AJÀGÚNÀ”
📅 04 de abril de 2025
⏰ 18h
📍 Museu da Imagem e do Som (3º andar da Fundação de Cultura)
📌 Av. Fernando Corrêa da Costa, 559 – Centro – Campo Grande/MS
🎟 Entrada gratuita