O longa-metragem brasileiro Ainda Estou Aqui (Je Suis Toujours Là, na versão francesa), dirigido por Walter Salles, estreou esta semana em mais de 200 salas de cinema na França. A obra, que explora temas como luto, memória e opressão, já começou a gerar debate na crítica especializada do país. Entre os veículos que analisaram o filme, o renomado jornal Le Monde apresentou uma visão mais crítica, enquanto outros meios elogiaram o projeto.
O que disse o Le Monde?
Em uma análise assinada por Jacques Mandelbaum, o Le Monde criticou a atuação de Fernanda Torres, classificando-a como “um tanto monocórdica”. Segundo o crítico, o foco excessivo no melodrama ao retratar Eunice Paiva diluiu a abordagem sobre os mecanismos do regime totalitário apresentado na narrativa.
Mandelbaum também comparou a atuação de Fernanda Torres com a de Sônia Braga em Aquarius, mencionando que ambas as personagens apresentam uma representação “religiosa demais do sofrimento”. A avaliação geral do filme pelo jornal foi de uma estrela, em uma escala de quatro.
Outras opiniões na crítica francesa
Por outro lado, veículos como o Libération destacaram a força emocional da narrativa. Para o jornal, Walter Salles conseguiu transmitir com intensidade o impacto do luto na família Paiva.
O Le Figaro descreveu o longa como “uma cativante e poderosa narrativa histórica”, enquanto a revista Première classificou o filme como “uma obra dilacerante”. Já a prestigiada Cahiers du Cinéma elogiou a direção sensível de Salles, afirmando que o filme “reafirma a necessidade da transmissão”.
A corrida pelo Oscar
Além da recepção francesa, Ainda Estou Aqui está inserido em um contexto ainda maior: a corrida pelo Oscar 2025. O longa enfrenta concorrentes de peso, como Emilia Pérez, representante francês na premiação. A lista oficial de indicados será revelada no próximo dia 23 de janeiro, e a expectativa é alta para saber se o filme brasileiro terá sua chance de brilhar na premiação internacional.
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