O músico, compositor e multi-instrumentista Edson Ribeiro de Arruda Júnior, mais conhecido como Juninho MPB, está finalmente realizando um sonho de longa data: levar sua música autoral às escolas públicas de Campo Grande. Com um projeto viabilizado pela Lei Paulo Gustavo, Juninho busca mostrar aos estudantes que a MPB (Música Popular Brasileira) e a bossa nova não são estilos elitistas, mas sim formas de arte acessíveis, capazes de transformar vidas.
Juninho, que acumula quase duas décadas de carreira, sempre alimentou o desejo de retornar às escolas públicas, onde deu seus primeiros passos na música. Estudante da EE Rui Barbosa — instituição onde também estudaram suas irmãs e onde seu filho estuda atualmente — ele relembra como o contato com instrumentos musicais na infância foi fundamental. “Foi ali que a música começou a fazer parte do meu mundo, e quero proporcionar essa mesma experiência aos alunos de hoje”, comenta com entusiasmo.
Música que conecta e transforma
O projeto, chamado Meu Mundo nas Escolas, contará com sete apresentações, começando pela EE Arlindo Andrade Gomes no dia 27 de novembro e prosseguindo até o início de dezembro. Além disso, a iniciativa inclui uma apresentação na EE Rui Barbosa, a escola que marcou sua infância. Cada visita será registrada para ser disponibilizada no YouTube, permitindo que mais pessoas acompanhem a jornada e se inspirem com as histórias e canções.
Durante as apresentações, Juninho não apenas toca suas músicas, mas também interage com os alunos em bate-papos descontraídos. Ele procura mostrar que a música, especialmente a MPB, pode ser acessível e fazer parte do cotidiano de qualquer pessoa, independentemente de sua origem ou circunstâncias.
Uma história marcada pela música
Juninho começou sua relação com a música ainda na infância, inspirado pelos pais, que sempre estiveram conectados ao universo musical. “Minha mãe tocava na fanfarra em Cassilândia, e meu pai era percussionista. Cresci nas festas de família, pegando instrumentos e batucando”, relembra. Aos 13 anos, aprendeu os primeiros acordes no violão emprestado de um vizinho, até que conseguiu comprar seu próprio instrumento.
Embora tenha enfrentado preconceitos e tentado seguir outros caminhos acadêmicos — incluindo engenharia, filosofia e geografia — Juninho nunca conseguiu se afastar de sua verdadeira paixão. “Eu dizia que era roqueiro, mas em casa minha mãe ouvia Zeca Pagodinho e meu pai era fã de Zé Ramalho. Essa mistura de influências sempre moldou meu estilo”, explica.
Uma carreira de resiliência e autenticidade
Hoje, aos 34 anos, Juninho celebra uma carreira consolidada como músico, compositor e multi-instrumentista. Autor de dezenas de canções, ele lançou o álbum Meu Mundo em 2021, inspirado em histórias pessoais e momentos marcantes durante a pandemia. Entre as faixas, destaca-se “Guinho”, uma homenagem ao seu primogênito.
Além do violão, Juninho domina instrumentos como guitarra, baixo, cavaquinho e viola, sendo uma figura constante em eventos, bares e casamentos. Apesar disso, ele considera o projeto Meu Mundo nas Escolas um dos mais significativos de sua trajetória. “É um prazer imenso compartilhar minha música com os alunos e, ao mesmo tempo, incentivá-los a acreditar nos próprios sonhos”, declara emocionado.
Cronograma das apresentações nas escolas públicas:
- 27/11 – 9h30: EE. Arlindo Andrade Gomes
- 28/11 – 9h30: EE. Professora Clarinda Mendes Aquino
- 28/11 – 15h: EE. Joaquim Murtinho
- 29/11 – 9h: EE. Maria Constança de Barros
- 04/12 – 9h30: EE. Professora Alice Nunes Zampiere
- 05/12 – 9h: EE. Rui Barbosa
- 06/12 – 14h: EE. Emygdio Campos Widal
