A Disney retorna à savana africana com Mufasa: O Rei Leão, um ambicioso live-action dirigido por Barry Jenkins, que busca explorar as origens do icônico rei da savana. A produção, embora visualmente impressionante, apresenta desafios significativos em sua narrativa e execução, deixando o público dividido entre o deslumbre tecnológico e a nostalgia do original.
Visual grandioso, mas exaustivo
Com a expertise digital que a Disney dominou nos últimos anos, Mufasa impressiona nos detalhes visuais, mas peca no excesso. A textura dos leões e a ambientação rica em elementos naturais nem sempre dialogam de forma harmônica, criando um contraste que cansa os olhos em certos momentos. Além disso, a fotografia predominantemente digital dificulta a conexão emocional, um problema que também marcou O Rei Leão de 2019.
Narrativa ambiciosa, mas superficial
O roteiro de Jeff Nathanson começa com potencial, explorando a narrativa como uma história contada à jovem Kiara, filha de Mufasa e Sarabi. Essa abordagem, que lembra as tradições orais africanas, poderia ter sido uma escolha brilhante para aprofundar o legado de Mufasa. No entanto, a trama rapidamente se torna previsível, com conflitos políticos e familiares que carecem de profundidade. O paralelo religioso, que alude à jornada de Moisés, acrescenta camadas interessantes, mas nunca é plenamente desenvolvido.
Música e poesia fragmentadas
As composições de Lin-Manuel Miranda trazem frescor às sequências musicais, mas não conseguem sustentar o peso da narrativa. Barry Jenkins, conhecido por seu trabalho em Moonlight e Se a Rua Beale Falasse, tenta inserir elementos poéticos e metalinguísticos, como nas cenas de Timão e Pumba, mas essas escolhas nem sempre funcionam, interrompendo o ritmo do filme.
Desfecho pragmático e desconexo
O maior problema de Mufasa é sua conclusão. À medida que o filme se aproxima dos eventos de O Rei Leão, ele perde o charme inicial, transformando-se em um drama previsível sobre rivalidades familiares. A tentativa de justificar a trajetória de Scar (Saka) e Mufasa resulta em uma explicação simplista, que esvazia o potencial emocional e criativo da narrativa.
Vale a pena assistir?
Apesar de seus tropeços, Mufasa: O Rei Leão ainda oferece momentos visualmente impactantes e uma trilha sonora envolvente. Para os fãs da franquia, é uma oportunidade de revisitar a savana e conhecer mais sobre o passado de Mufasa. No entanto, aqueles que buscam uma história inovadora e emocionalmente rica podem sair um pouco decepcionados.
Serviço:
Mufasa: O Rei Leão está em cartaz nos cinemas de Campo Grande:
Com 120 minutos de duração, o filme promete entreter e emocionar, mesmo que em partes. Programe-se e mergulhe nesta jornada digital ao coração da savana.