Em meio a uma pandemia, com uma mudança de estado à vista e a vida em transformação, Sueli Maria Bracht decidiu que não era tarde para recomeçar. Com múltiplas vivências profissionais — passando pelos setores de hotelaria, administração e mercado imobiliário — e com uma trajetória dedicada à família e ao trabalho, ela enxergou na confeitaria a chance de empreender. Hoje, comanda a Delicatta Doces Especiais, referência em doces finos para eventos em Campo Grande/MS.
Aos 64 anos, Sueli é o retrato de um Brasil que tem mudado: o país já conta com mais de 10 milhões de mulheres empreendedoras, o equivalente a 34% de todos os donos de negócios, segundo dados do Sebrae. A maioria dessas mulheres, como Sueli, tem mais de 40 anos e começou a empreender por necessidade. Ainda segundo o levantamento, 58% delas são chefes de família e 49% iniciaram seus negócios para gerar sua própria renda.
“Eu sempre gostei de cozinhar e muita gente elogiava meus doces. Quando tudo fechou na pandemia e perdi o emprego, resolvi arriscar. Começamos do zero, no fundo da casa que alugamos, e fui aprendendo na prática”, relembra Sueli.
Do fundo do quintal à mesa dos grandes eventos
Foi com o apoio da filha caçula, Vitória, que nasceu o projeto Made in Casa, ainda de forma artesanal, com foco em pães de mel, quiches e doces clássicos. Com o tempo, o negócio evoluiu, ganhou novo endereço, identidade e público. A marca se transformou em Delicatta Doces Especiais.
Especializada em doces finos para eventos, Sueli desenvolve produtos feitos com chocolate nobre e ingredientes selecionados. As criações encantam no visual e conquistam no sabor. O cuidado na finalização e a apresentação delicada dos produtos fizeram da Delicatta uma escolha frequente entre cerimonialistas, decoradores, noivas e noivos, aniversariantes, debutantes e eventos corporativos de Campo Grande.
Confeitaria como realização e ferramenta de empoderamento
Mais do que uma fonte de renda, a confeitaria se tornou, para Sueli, uma forma de afirmação pessoal. “Não é só cozinhar, é colocar amor, capricho e propósito em cada doce que faço”, diz. A história dela reflete uma tendência nacional: 82% das mulheres empreendedoras têm ensino médio ou superior completo, mas ainda enfrentam desafios como falta de tempo, acúmulo de funções e dificuldade de acesso a crédito, conforme aponta o Sebrae.
Mesmo com essas barreiras, as mulheres seguem buscando capacitação. Sueli, inclusive, já planeja buscar apoio junto ao Sebrae. “Quero aprender mais sobre gestão, precificação e redes sociais. Sinto que isso vai me ajudar a crescer com mais segurança”, comenta.
Uma inspiração doce e verdadeira
Hoje, Sueli não apenas comanda um negócio consolidado, como inspira outras mulheres da melhor idade a recomeçarem com confiança. Sua trajetória é uma doce prova de que empreender vai além de abrir uma empresa: é acreditar em si mesma e transformar desafios em novas possibilidades.
O Brasil ainda tem muito a crescer no incentivo ao empreendedorismo feminino — e histórias como a de Sueli mostram que quando uma mulher empreende, ela transforma não só a própria vida, mas o ambiente ao seu redor.
Quer conhecer melhor o trabalho dela? Acesse www.instagram.com/delicattacg